Victor Campos, Susan Freitas, Ana Paula Almeida e Paulo Henrique.
Certos procedimentos são indispensáveis
para se fazer ciência hoje, considerando o modelo atual das ciências que preza
sempre o lado mais experimental e empírico da teoria científica. Com o
progresso crescente das Neurociências, tem se mostrado necessário aos
psicólogos um conhecimento aprofundado da estrutura e do funcionamento do
sistema nervoso, e mesmo uma reformulação de muitas de suas teorias históricas
que se constituíram por métodos dedutivos de vários autores e que não são mais
condizentes, em muitos casos, com o paradigma científico atual – altamente
experimental e empírico.
É
nesse sentido que disciplinas como a Neuropsicanálise têm surgido. É claro que,
em termos de compreensão dos processos fundamentais do pensamento, estes são
muito inacessíveis à simples observação da estrutura e das conexões do nosso
cérebro, mas muitas teorias dedutivas psicológicas a respeito dos padrões de
pensamento escondidos nas conexões neurais do cérebro tendem a ser substituídas
por explicações neurocientíficas – neuropsicológicas, neurobiológicas e
psicobiológicas. É nesse sentido que se mostra importante apresentarmos uma
abordagem da Psicossomática, historicamente relacionada à Psicanálise, baseada
em termos da Neurociência.
O conceito de doença psicossomática, sua classificação e diagnóstico, são questões polêmicas. Mas olhando de um lado mais específico, a psicossomática é a relação entre mente e corpo, em como o estado psicológico
afeta o físico em forma de doenças. Seguindo tal afirmação, há quem diga que
cada doença é psicossomática, uma vez que fatores emocionais influenciam todos os processos do corpo.
Mesmo com muitos estudos na área, ainda restam dúvidas referentes à relação de variáveis psicológicas e variáveis orgânicas. Atualmente, o estudo da Psicossomática tenta integrar a doença à dimensão psicológica, para assim conseguir uma compreensão e uma resiliência melhor para o paciente, com uma ação terapêutica mais abrangente e significativa.
A Psicossomática, dando
valor às somatizações resultantes de conflitos psíquicos originários das
relações afetivas familiares do passado da pessoa, pode relacionar-se com
teorias evolutivas, na medida em que estas forneçam uma explicação para a
relação afetiva, em termos de sobrevivência da prole. Isso é significativo para
uma integração entre a Psicologia e a Biologia, bem como entre a Psicologia e a
Neurociência.
A vida que levamos
aumenta nossa fragilidade emocional, pois estamos cada vez mais preocupados com
os nossos problemas financeiros, com a nossa segurança, descuidamos da nossa
saúde, deixamos de manter contato com as pessoas por falta de tempo, isto tudo
contribui para um individuo fragilizado emocionalmente. Esta fragilidade pode
se refletir em sintomas corporais como é o caso da psicossomática.
Um tipo de proteção contra esta fragilidade é tomar uma atitude resiliente em relação a vida. Resiliência é uma postura que uma pessoa toma ao se deparar com uma dificuldade ou um problema no qual está inserido. Esta postura vai fazer com que o indivíduo se recupere e tire proveito rapidamente de um dano, trauma ou momento de estresse do qual tenha passado. A resiliência contribui para uma adaptação positiva a adversidades. A resiliência não é uma qualidade ou característica de personalidade de determinados sujeitos, ela é uma postura otimista em relação ao ocorrido, onde o sujeito busca tirar proveito e aprendizado das dificuldades pelas quais ele tenha passado.
O conceito de resiliência é originado das ciências físicas. A utilização do conceito de resiliência nas ciências da saúde começou a partir de 1970, com estudos sobre pessoas que tiveram traumas agudos ou prolongados, esses fatores eram considerados de riscos para o desenvolvimento de doenças psíquicas.
Autores como Masten e Coatsworth conceituaram a resiliência como manifestação de competência e habilidades na realização de tarefas inerentes ao desenvolvimento humano, como desempenho no aprendizado, profissional, lidar com pressões cotidianas, superar ou resistir a pressões em citações adversas, sem entrar em surto psicológico. Alguns autores argumentam que resiliência se trata de uma tomada de decisão, quando a pessoa se depara com um ambiente de tensão e se tem a vontade de vencer.
Autores como Masten e Coatsworth conceituaram a resiliência como manifestação de competência e habilidades na realização de tarefas inerentes ao desenvolvimento humano, como desempenho no aprendizado, profissional, lidar com pressões cotidianas, superar ou resistir a pressões em citações adversas, sem entrar em surto psicológico. Alguns autores argumentam que resiliência se trata de uma tomada de decisão, quando a pessoa se depara com um ambiente de tensão e se tem a vontade de vencer.
Pessoas resilientes
possuem uma autoestima forte e flexível, não tem medo de depender dos outros,
mas também não tem medo de romper esta relação, dão e recebem em troca de boas
relações, são disciplinados, reconhecem suas capacidades, tem mente aberta, tem
sonhos, senso de humor, vários interesses, autoconhecimento, toleram o sofrimento
e são compromissados com seus deveres.
A resiliência é uma
potente ferramenta para evitar e enfrentar a psicossomática, e qualquer pessoa
pode se tornar resiliente. A
resiliência de um indivíduo dependerá da interação de sistemas adaptativos
complexos, como contexto social, familiar, entre outros, alguns pesquisadores,
concordam que a resiliência pode se apresentar ou não em vários domínios na
vida de uma pessoa.
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