domingo, 12 de junho de 2016

O que tem por trás dos sonhos



Ana Paula Oliveira, Layla Lane, Mariana de Paula

É fato que quando o assunto é sonhos, surgem sempre várias curiosidades e dúvidas. O que sonhamos tem algo a ver com a nossa rotina ou são apenas alucinações enquanto dormimos? Eles possuem significados? Como podemos interpretá-los? Enfim, são inúmeras questões a respeito desse assunto e iremos a partir de agora falar um pouco sobre isso.
Quando procuramos o significado da palavra sonho em um dicionário de língua portuguesa, encontramos que são uma sequência de fenômenos e representações psíquicas que acontecem involuntariamente durante o sono. São pensamentos sem nexo, de ideias vagas e sem coerência.
Para Freud, o pai da psicanálise, os sonhos seriam o cumprimento disfarçado de um desejo do indivíduo que está reprimido ou escondido em seu inconsciente. Para ele, todo sonho tem um significado, embora esteja oculto. Interpretar um sonho significa conferir-lhe um sentido lógico ou racional.
O sonho também pode ser uma fantasia criada pela mente da pessoa, principalmente quando está privada de algo ou de alguém. Assim, seu inconsciente irá buscar métodos de estar o mais próximo possível da pessoa da qual está distante. Isso pode ser explicado quando pensamos muito em alguém e sonhamos com ela.
Para a neurociência, o sonho não passa de uma fase normal do sono. São duas fases, uma delas é conhecida como fase NÃO-REM, sendo responsável por cerca de 75% do tempo em que dormimos, é a fase mais profunda do sono. É nela que acontece a liberação do hormônio do crescimento e do descanso mental. A segunda fase, responsável pelos sonhos, é conhecida como sono REM. É nessa fase que os olhos se movimentam rapidamente de um lado para o outro, sugerindo que o corpo em repouso não está totalmente inativo. Ela é importante para o nosso bem-estar físico e emocional.
Você sabia que os sonhos podem ser comparados com alucinações? Primeiro vamos esclarecer aqui o que são as alucinações. Trata-se de perturbações constituídas com base em sentimentos aflitos, podem ser compreendidas como manifestações dessocializantes, sendo alterações nos sentidos- visão, audição, paladar, olfato e tato. As pessoas que alucinam podem ver, ouvir e sentir algo que não existe na realidade, apenas na sua percepção subjetiva. Do ponto de vista do alucinante, a alucinação é vivida como uma experiência real que afeta a vida do indivíduo, por isso não se tem senso crítico. É inútil por exemplo tentar explicar que as vozes ouvidas por eles são falsas. O fato de outras pessoas não conseguirem compreender o que eles relatam, pode fazer com que o alucinante considera-as como fenômenos perigosos e ameaçadores.
Agora você deve estar se perguntando qual a relação das alucinações com o ato de sonhar. Sabemos que estes processos mentais alucinatórios são uma espécie de psicose; os sonhos também são, porém são inofensivos. Freud, já citado acima sempre defendeu que os sonhos tinham alguma analogia com as doenças mentais e, se pensarmos, ele pode estar certo. Os sonhos e as psicoses são vontades de realizações de desejo, mesmo que estejam inconscientes. Assim, os sonhos e alucinações são tratados como ilusões dos sentidos e estados de desespero, onde o alucinante se encontra em extrema aflição, angustia ou irritação.
O que os sonhadores e os alucinantes vêem pode ser algo que não foi percebido no estado de vigília. A vigília é o momento que estamos acordados, e também tem muito a ver com o assunto, porém ela traz particularidades. A alucinação acontece somente em estado de vigília, em contra partida o sonho é baseado na vigília, porém só ocorre quando o indivíduo está dormindo. Há ainda outra grande diferença, as alucinações geralmente só acontecem com pessoas psicóticas, já o sonho não, eles são comuns tanto em pessoas psicóticas quanto em pessoas psicologicamente normais. Então se você estava assustado se sentindo um psicótico pelo fato de sonhar, não se preocupe, porque você pode estar entre as pessoas normais.

Referências:
 SANTOS, Ívena Pérola do Amaral. Sonho e alucinações visuais: Propostas fenomenológicas para sua compreensão, interpretação e intervenção psicológica. Análise Psicológica, Lisboa, v.24, n.3, p.343-352, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-82312006000300008>.
 SILVA, Francynete Melo. Uma Análise Behaviorista Radical dos Sonhos. Psicologia: Reflexão e Crítica, Porto Alegre, v.13, n.3, p.435-449, 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722000000300012&lang=pt>.

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