Ana
Paula Oliveira, Layla Lane, Mariana de Paula
É fato que
quando o assunto é sonhos, surgem sempre várias curiosidades e dúvidas. O que
sonhamos tem algo a ver com a nossa rotina ou são apenas alucinações enquanto
dormimos? Eles possuem significados? Como podemos interpretá-los? Enfim, são
inúmeras questões a respeito desse assunto e iremos a partir de agora falar um
pouco sobre isso.
Quando
procuramos o significado da palavra sonho em um dicionário de língua
portuguesa, encontramos que são uma sequência de fenômenos e representações
psíquicas que acontecem involuntariamente durante o sono. São pensamentos sem
nexo, de ideias vagas e sem coerência.
Para Freud,
o pai da psicanálise, os sonhos seriam o cumprimento disfarçado de um desejo do
indivíduo que está reprimido ou escondido em seu inconsciente. Para ele, todo sonho tem um significado, embora esteja oculto. Interpretar um sonho significa conferir-lhe um sentido lógico ou racional.
O sonho também pode ser uma fantasia criada pela mente da pessoa, principalmente quando está privada de algo ou de alguém. Assim, seu inconsciente irá buscar métodos de estar o mais próximo possível da pessoa da qual está distante. Isso pode ser explicado quando pensamos muito em alguém e sonhamos com ela.
Para a
neurociência, o sonho não passa de uma fase normal do sono. São duas fases, uma
delas é conhecida como fase NÃO-REM, sendo responsável por cerca de 75% do
tempo em que dormimos, é a fase mais profunda do sono. É nela que acontece a
liberação do hormônio do crescimento e do descanso mental. A
segunda fase, responsável pelos sonhos, é conhecida como sono REM. É nessa fase
que os olhos se movimentam rapidamente de um lado para o outro, sugerindo que o
corpo em repouso não está totalmente inativo. Ela é importante para o nosso
bem-estar físico e emocional.
Você sabia que os
sonhos podem ser comparados com alucinações? Primeiro vamos esclarecer aqui o
que são as alucinações. Trata-se de perturbações constituídas com base em
sentimentos aflitos, podem ser compreendidas como manifestações
dessocializantes, sendo alterações nos sentidos- visão, audição, paladar,
olfato e tato. As pessoas que alucinam podem ver, ouvir e sentir algo que não
existe na realidade, apenas na sua percepção subjetiva. Do ponto de vista do
alucinante, a alucinação é vivida como uma experiência real que afeta a vida do
indivíduo, por isso não se tem senso crítico. É inútil por exemplo tentar
explicar que as vozes ouvidas por eles são falsas. O fato de outras pessoas não
conseguirem compreender o que eles relatam, pode fazer com que o alucinante
considera-as como fenômenos perigosos e ameaçadores.
Agora você deve estar
se perguntando qual a relação das alucinações com o ato de sonhar. Sabemos que
estes processos mentais alucinatórios são uma espécie de psicose; os sonhos
também são, porém são inofensivos. Freud, já citado acima sempre defendeu que
os sonhos tinham alguma analogia com as doenças mentais e, se pensarmos, ele
pode estar certo. Os sonhos e as psicoses são vontades de realizações de
desejo, mesmo que estejam inconscientes. Assim, os sonhos e alucinações são
tratados como ilusões dos sentidos e estados de desespero, onde o alucinante se
encontra em extrema aflição, angustia ou irritação.
O que os sonhadores e os alucinantes vêem pode
ser algo que não foi percebido no estado de vigília. A vigília é o momento que
estamos acordados, e também tem muito a ver com o assunto, porém ela traz
particularidades. A alucinação acontece somente em estado de vigília, em contra
partida o sonho é baseado na vigília, porém só ocorre quando o indivíduo está
dormindo. Há ainda outra grande diferença, as alucinações geralmente só
acontecem com pessoas psicóticas, já o sonho não, eles são comuns tanto em
pessoas psicóticas quanto em pessoas psicologicamente normais. Então se você estava
assustado se sentindo um psicótico pelo fato de sonhar, não se preocupe, porque
você pode estar entre as pessoas normais.
Referências:
SANTOS,
Ívena Pérola do Amaral. Sonho e
alucinações visuais: Propostas fenomenológicas para sua compreensão,
interpretação e intervenção psicológica. Análise Psicológica, Lisboa, v.24,
n.3, p.343-352, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-82312006000300008>.
SILVA, Francynete Melo. Uma
Análise Behaviorista Radical dos Sonhos. Psicologia:
Reflexão e Crítica, Porto Alegre, v.13, n.3, p.435-449, 2000. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722000000300012&lang=pt>.
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