terça-feira, 14 de junho de 2016

Neurociência e educação: como o nosso cérebro aprende?


Angélica, Edilene e Gustavo

       O corpo humano é uma máquina perfeita, uma estrutura repleta de mecanismos capazes de auxiliar o indivíduo em todos os processos de sua vida. O coração, por exemplo, é a sede de todo a nossa irrigação sanguínea, o cérebro é a sede do nosso aprendizado e dos nossos sistemas de desenvolvimento. Desde o início da nossa vida estamos sempre aprendendo coisas novas; nascemos com capacidades e reflexos inatos que nos proporcionam adaptar ao meio, como por exemplo, a capacidade de sucção na amamentação e o reflexo de marcha ao tocar os pés no chão. Todavia, tudo o que aprenderemos adiante dependerá do meio em que estamos inseridos e de nossa ação nele. Aprendemos o que é útil e necessário à nossa sobrevivência e/ou o que nos proporciona prazer. Aprender seria então sobreviver. E tudo isso está na nossa cabeça, ou seja, no nosso cérebro. Portanto, saber como o cérebro aprende independentemente da sua área de atuação é de suma importância, e você vai entender o porquê.

O lúdico na aprendizagem e no desenvolvimento


          A aprendizagem está intimamente relacionada ao desenvolvimento do cérebro. Neste período é importante a estimulação global da criança através da música, da arte, do corpo, etc. A inserção do brincar no processo de aprendizagem, por exemplo, mostrará a criança que, através deste brinquedo lúdico, ela desenvolverá criatividade, e ampliará o alcance da sua imaginação; Todo este processo favorece seu desenvolvimento afetivo, cognitivo e social. O brincar é repetitivo, criamos e fortalecemos redes neurais a partir da repetição de novas informações, logo, é uma atividade que estabelece a aquisição de conhecimento. Além disso, se a criança aprende a ter cuidado com os objetos, ela estará desenvolvendo também o cuidado com o próximo; e guardando o brinquedo no lugar estará aprendendo a ter responsabilidade com seus objetos. E isso é um excelente aprendizado.

Fator afetivo no aprendizado;


       No período inicial do desenvolvimento o fator emocional também interfere no processo de aprendizagem. É importante para o indivíduo ter uma boa interação social com seus pais, pois vem deles os primeiros reforços positivos na realização do aprendizado e na formação de sua memória.  Já na fase escolar, outro fator que também interfere no processo de aprendizagem é a identificação afetiva e cognitiva que o indivíduo estabelece com o professor; pois será este o responsável pela transmissão do conhecimento na educação básica. A interação professor/aluno torna-se pertinente, pois o ato de aprender está ligado às relações emotivas que o envolvem o aluno e o meio ao qual está inserido, independente da carga emocional, seja ela positiva ou negativa o aprendizado será consolidado de uma forma mais marcante. O aluno aprende melhor, a partir do momento que estabelece um vinculo positivo com a matéria e consequentemente com o professor.

Personalidade


       No processo de desenvolvimento a personalidade do indivíduo está relacionada com aprendizado, de forma que sua subjetividade e o modo de ser irão interferir na abstração do conhecimento. Dentro dessa questão, também; tem o aspecto social. Estudos indicam que crianças que não participam das interações sociais tem mais dificuldade de desempenho acadêmico comparada com pessoas mais sociáveis. Pensemos nesse aluno introvertido ao apresentar um trabalho, ele iria ter uma enorme dificuldade. Isso poderia afetar sua aprendizagem?

Plasticidade e aprendizado


Desde o útero materno a criança tem a capacidade de aprender. O cérebro humano sempre está em processo de adaptação, estabelecendo novas conexões a cada nova aprendizagem, chamamos isso de plasticidade. O cérebro se molda por meio dos estímulos captados dos seus órgãos sensoriais ativando os neurônios e deixando a comunicação entre eles mais fortes.
       Entre 5 e 6 anos de idade devido a construção neuronal o indivíduo, tem um maior numero de conexões que o permite abstrair mais informações. A plasticidade permite uma continua reorganização do cérebro, que vem a ser à base da nossa aprendizagem e da mudança dos comportamentos. Daí a importância de estimular a criança neste período, pois é nele que ela tem sua maior capacidade de aprender. Uma criança aprenderá a tocar violão mais facilmente quando comparada a um adulto, devido ao fato de seu cérebro ainda estar se reorganizando.

Importância do sono na consolidação da memória


   O sono não é somente algo que nos proporciona descanso físico e mental. Ele é muito importante para o nosso aprendizado.  Durante o sono estamos consolidando memória, isso mesmo, dormir também é estabelecer memórias. Tudo que aprendemos durante o dia, é gravado durante o tempo que estamos dormindo profundamente. Dormir é essencial para o descanso e para a formação de memórias de longo prazo, sendo essas as memórias armazenadas há mais tempo, essa são cada vez mais capacitadas a partir da presença de novos estímulos, sendo consequentemente mais acessadas e constantemente moldadas. Dormir bem, portanto, faz-se necessário para se manter saudável, melhorar a qualidade de vida e até aumentar a longevidade. Logo, o seu desempenho físico e mental está diretamente ligado a uma boa noite de sono.
Em suma, como o conhecimento científico acerca de todas essas questões e julgamento crítico para colocá-las em prática, será possível favorecer o processo de aprendizagem das crianças, além de formar educadores envolvidos com a promoção da saúde na infância.

Referências

BARTOZSECK, A.B. Neurociência na Educação. Crianças & Neurociência. RS: 2010.
GUERRA, L.B. O dialogo entre a neurociência e a educação: da euforia aos desafios  possibilidades. Revista Interlocução, v.4, n.4, 2011.
MAURICIO, J.T. Aprender Brincando: o lúdico na aprendizagem. Psicopedagogia online. Paraíba, 2008.

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