segunda-feira, 13 de junho de 2016

Estar só ou não estar só?



Carolina Assis, Gabriela Lanzarin, Gean Paulo


A solidão é a parte da história humana. As diversas transformações que a sociedade está passando no momento interferem no modo de viver e de se relacionar com o outro, tornando-se um elemento central. Entre esses modos de viver, vários fatores podem contribuir para o crescimento do sentimento de solidão, como: novos valores, novas sensibilidades, e em destaque novas formas de comunicação ex: celulares e notebooks.
As interações sociais, principalmente no período da adolescência são fundamentais. Se houver o retraimento social, torna-se um aspecto que poderá ser preocupante ao nível do desenvolvimento e crescimento. O termo retraimento social se refere a uma retirada passiva do sujeito do seu grupo de pares, sendo assim, um déficit de interação, escolhidas pelo próprio sujeito.
Com isso podemos observar três tipos de indivíduos que se isolam socialmente. Aqueles indivíduos que se isolam, de igual modo por vontade dos mesmos, mas nesta situação porque tentam evitar a iniciação e a manutenção de relações interpessoais. Podem ainda existir jovens, que estão isolados socialmente não por sua escolha, mas porque são rejeitados por todos os outros mesmo quando tentam o contato ou aproximação social. Há jovens que passam grande parte da sua vida sozinhos e que o fazem, por exemplo, como consequência da escolha de  atividades da sua preferência. Nestes casos, o isolamento acontece porque estes jovens passam muito tempo, por exemplo, a escrever, a mexer no celular ou no computador .
Diante desses jovens que passam grande parte de suas vidas sozinhos, o aspecto da solidão deixou de ser um sentimento subjetivo e hoje é vivida na exterioridade das relações sociais. À medida que a sociedade ingressa no contexto tecnológico, a forma de estabelecer vínculos vai mudando, interferindo progressivamente nas relações e no comportamento social.
Com os meios de comunicação afirma-se que, diretamente a partir do uso direto que dela é feito, ou indiretamente a partir dos efeitos gerados pelas mudanças sociais que causou, a Internet vem gerando a emergência de pessoas menos centrada, mais superficial, mais ágil, menospreza a projetos de longo prazo.
Eis o novo problema, deixando de ser único e agora em uma rede onde a fluidez será o coletivo no sentido da sua perda de individualidade. “Como no efeito moebius: a passagem do interior ao exterior e do exterior ao interior.”. Nesse efeito declina-se em vários registros: o das relações entre privado e público, próprio e comum, subjetivo e objetivo, mapa e território, autor e leitor. Esse ir e vir, se misturar e de desfazer, estar conectado e ao mesmo tempo não estar, estar só e não estar só.

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