domingo, 12 de junho de 2016

Crianças têm ou desenvolvem empatia?



Aline de Paula, Lanna Gabriela, Shaiene Araújo
Você já tentou se colocar no lugar do outro, entender o que o outro está sentindo ou pensar como o outro está pensando? Se sim, você já demostrou empatia por alguém. Diferente do que muitos pensam empatia não é simpatia, simpatia é entendida como, pena, dó ou incomodo pelo infelicidade do outro, mas não uma há uma conexão. Já a empatia vem da perspectiva de se colocar no lugar do outro, entendendo suas emoções e aflições, sejam elas físicas ou psicológicas. Metaforicamente, ter empatia é o mesmo que calçar os sapatos de alguém. 
A empatia não é considerada uma característica exclusiva dos seres humanos, apesar de ser mais expressa neles, mas está presente também em outros animais, que alertam seu bando quando o predador está a caminho. Pessoas empáticas são vistas como, sensíveis, amigáveis e calorosas, o que é fundamental para nutrir relações agradáveis e criar ambientes harmoniosos. 
Considera-se a empatia, como uma capacidade inata em recém-nascidos, já que eles precisam se conectar, afetuosamente, com os adultos. No entanto, estudos indicam que crianças entre 2 a 7 anos, são naturalmente egocêntricos, pensam apenas nelas e não se importam com o outro. Portanto, a continuidade dessa empatia vai depender do contexto social em que a criança está inserida, sendo ela estimulada ou não, a esse sentimento.
              Os cuidadores devem ajudar as crianças a se expressarem e é importante estar cientes que, as dificuldades nas interações sociais que as crianças nos vivenciam, fazem parte da realidade das mesmas. Como por exemplo o ato de um colega não emprestar algum brinquedo, ou excluí-la de uma alguma brincadeira, para ela pode ser considerado um ato de repressão, mas são processos sociais naturais no desenvolvimento humano. Contudo, configuram oportunidades para que os pais ou cuidadores ensinem práticas empáticas de compreensão da perspectiva do outro.
            Para lidar empaticamente com tais situações, necessita-se levar as crianças a um entendimento do que o outro pode pensar e sentir quando ela pratica um ato de repressão ou agressividade, para que elas possam se imaginar no lugar do outro. Deste modo, as crianças vão poder refletir sobre como seus atos refletem em outras crianças ou adultos. Lembrando que, usar alguma forma de punição não ajudará a criança a ter um comportamento pró-social, podendo acarretar diversos problemas. A criança pode tornar-se mais inibida, por sentir medo; ou até mesmo violenta, por aprender que a agressão é uma estratégia para a resolução de problemas. Estes métodos não auxiliam o desenvolvimento da empatia, podendo gerar conflitos e frustração.
Algumas formas simples de estimular a empatia em crianças são:
·                    Ler pra criança: através das histórias as crianças se imaginam no lugar do personagem;
·                    Contar sobre seus sentimentos para a criança: isso estimula a se colocar no lugar do outro;
·                    Expor as diferenças: mostrar pra criança pessoas diferentes dela e estimular a aceitação da diversidade;
·                    Aproveitar as oportunidades: quando a criança relatar uma história a respeito de outra pessoa, faça perguntas do tipo “porque você acha que seu amiguinho agiu assim?”; e por fim
·                    Seja empático: as crianças aprendem ao observar como os adultos agem. Vocês são os modelos nos quais elas se espelham.
            Deste modo, desenvolvendo a empatia na criança, estaremos ajudando em seu desenvolvimento pessoal, favorecendo que seja uma criança mais receptiva, sensibilizada e afetiva, diminuindo atos de violências e constrangimentos. Pesquisas relatam uma relação entre empatia e altruísmo, que envolve ações que beneficiam os outros. Logo, ao contribuir para uma formação empática, também estaremos ensinando as crianças sobre a importância de ajudar o próximo.     

REFERÊNCIA
MOTTA, D. C. et. al. Práticas educativas positivas favorecem o desenvolvimento da empatia em crianças, v.11, n. 3, p. 523-532,  2006. Disponível em: <http://www.scielo.org/php/index.php>. Acesso em: 27 abr. 2016.

Nenhum comentário:

Postar um comentário