Hellen Keller, Laura Witoria e Ludmila Fonseca
Quantas
vezes desejamos uma fórmula mágica para acabar com as discussões do
relacionamento?
Infelizmente
essa fórmula não existe, mas existem atitudes que podem fazer com que seu
relacionamento seja melhor, e este texto vai lhes mostrar uma delas.
Sabe
aquela sensação que o outro não te entende?
Que ele sequer te escuta?
Muitas
vezes as discussões e essa sensação não são causadas por problemas auditivos ou
cognitivos e sim por falta de empatia.
A
empatia é a capacidade de compreender, compartilhar e considerar os sentimentos
dos outros. Basicamente, se colocar no lugar do outro, mas não basta somente
sentir, é preciso deixar que o outro se sinta compreendido e validado.
Parece
algo simples, mas é relativamente mais complexo, uma vez que essa habilidade é
exigida de em momentos difíceis, como nas brigas. Quando estamos em uma
situação conflituosa tendemos a agir de maneira a nos proteger. Escutamos o que
queremos apenas pra responder, buscamos justificativas para nossas palavras e
atitudes não importando as justificativas dos outros. Avaliamos nossas condutas
pela nossa intenção (geralmente positiva) e julgamos o outro pelo comportamento
em si.
É
algo relativamente natural na nossa forma de agir, mas que pode ser pensado e
melhorado. Uma pessoa que é empática no relacionamento, provavelmente estará
mais disposta a tentar compreender as razões de seu companheiro (a), ouvindo
com sensibilidade e respeito, o que terá efeitos positivos sobre a forma como o
cônjuge responde a essa interação. Todo este processo diminui conflitos e
favorece a resolução de problemas.
Em
um estudo realizado em 2009 por Oliveira e colaboradores, que visava avaliar
especificamente a empatia conjugal, os autores encontraram que as pessoas cujos
parceiros são empáticos tendem a ser mais satisfeitas com o casamento. E
revelou que a empatia se relaciona significativamente com a satisfação
conjugal, de forma que, quanto maior o nível de empatia conjugal percebida no
cônjuge, maior a satisfação com o casamento.
Mas
a empatia não auxilia somente no relacionamento, ela trás benefícios pessoais para
aqueles que a desenvolvem. A experiência da empatia promove a satisfação
pessoal, uma vez que componentes da mesma, tais como o altruísmo, sentimento de
generosidade e solidariedade pelo outro, favorece um senso de autoconfiança e
promove sentimentos gratificantes para o próprio indivíduo. Entender o outro
trás benefícios pessoais também.
Vendo
os benefícios disso, você se considera uma pessoa empática?
Muitas
vezes temos uma visão muito positiva do nosso comportamento, acreditamos ser
donos de verdades absolutas e afirmamos ter atitudes que na prática não aplicamos.
Ao se tratar da empatia é preciso ter extremo cuidado com frases como: “Se eu
fosse ele, faria isso.” Isso não representa plenamente a ideia de empatia, uma
vez que acabamos julgando a atitude da pessoa baseada em nossa história, nossa
personalidade e nossos desejos e não na do outro.
Para
desenvolver uma verdadeira empatia é necessário o interesse em conhecer o
outro. Entender que as pessoas têm percepções diferentes a cerca das coisas, o
que pode ser normal ou certo pra você pode ser complicado para outra pessoa. E
mesmo assim ninguém está errado. Só estão vendo a situação por pontos de vista
distintos.
Por exemplo sair de casa para morar
junto com outra pessoa sem um casamento oficial pode ser relativamente simples
para algumas pessoas, enquanto para outras, criadas em um ambiente mais conservador,
pode representar um grande conflito. Outro exemplo é percebido na demonstração
de carinho. Uma pessoa que foi criada em um ambiente familiar tranqüilo e
afetivo pode ter bem mais facilidade de demonstrar carinho que outra criada em
um ambiente conturbado.
Portanto,
conhecer o outro permite que abramos mão das nossas expectativas acerca do
comportamento alheio e possamos entender e respeitar as opiniões das pessoas. Porém,
conhecer o outro demanda paciência e diálogo.
O
fato de a pessoa ser empática nos relacionamentos repercute no modo como ela
percebe as situações do contexto conjugal, tendo relação com os modos pelos
quais ela experimenta certos sentimentos, e, portanto com a forma como avalia o
casamento. Desta forma, torna-se mais disposta a conversar e entender, diminuindo
as discussões e melhorando a relação conjugal.
Assim, não existe
formula mágica para acabar com as discussões, mas, fazer uso da empatia com
certeza fará do seu relacionamento algo mais tranqüilo e agradável.
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