Gabriela Silva Oliveira
Tão poderoso é o efeito da música... que é
surpreendente que se encontre na história da psicologia e da psicoterapia tão
pouca referência experimental, ou mesmo especulativa, sobre o uso da música(Cattel
citado por Hall, Lindsey, & Campbell, 2000, p. 259).
A música é umas das manifestações culturais mais
presentes em nossas vidas. Ouvimos música em festas, na companhia de amigos,
enquanto andamos na rua, nos comerciais de televisão, no rádio e por outros diversos
meios. Facilitar a comunicação e interação das pessoas, expressar emoções,
valores e ideais, relembrar momentos marcantes, levar ao relaxamento, aumentar
a autoestima, a reflexão, são algumas das utilidades da música.
Mas o que nos leva a gostar mais de um gênero
musical do que de outro? Alguns estudiosos da psicologia constataram que a
preferência musical pode estar ligada a alguns traços de personalidade. Esses
autores acreditavam que a preferência por alguns gêneros musicais poderia
revelar aspectos importantes sobre a personalidade, que muitas vezes passam
despercebidos ao olhar de alguns profissionais.
Segundo Murray, Allport, Eysenck e Cattel,(2000)
existem cinco fatores que englobam de maneira geral as características da
personalidade humana:
- o primeiro é a extroversão, onde o indivíduo
tende a ser comunicativo e entusiasmado;
- o segundo é sociabilidade por que tem como
característica ser sociavelmente agradável;
- o terceiro é escrúpulo, descreve um sujeito
confiável, responsável e organizado;
- o quarto é o neuroticismo sendo suscetível,
irritadiço e tenso;
- o quinto é o indivíduo aberto a mudanças, sendo
este, curioso, imaginativo e de pensamento flexível;
Através da preferência por determinado gênero
musical pode-se identificar características pessoais, traços de personalidade e
a imagem que desejamos passar de nós mesmos pra outras pessoas.
Uma pesquisa mostrou que algumas características
de personalidade se relacionam com determinados estilos musicais
(Rentfrow-2004):
- Reflexivo e complexo >
música clássica, jazz, blues e folk;
- Intenso e rebelde >
música alternativa, rock e heavy metal;
- Convencional > sertanejo, pop,
religioso e trilhas sonoras;
- Energético e rítmico > eletrônica/dance
music, rap/hip hop e funk;
Diante
dos resultados é possível observar que a personalidade parece estar diretamente
ligada às preferências musicais. No entanto, é preciso alertar que não existe
um padrão. Uma pessoa reflexiva pode gostar de rock, enquanto alguém
considerado convencional pode ser fã de blues. Podem existir variações de
acordo com as características pessoais, com a cultura e com a história de vida
de cada um.
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