quinta-feira, 16 de abril de 2015

ABORTO: OS DOIS LADOS


Estudante de Psicologia.

O aborto é um tema que vêm tendo uma grande repercussão no país e no mundo. No plano mundial, foi a partir do movimento de maio de 1968 que a defesa da legalização do aborto entrou no cenário público como bandeira do movimento feminista. Desde então, abriram-se vários questionamentos morais, políticos e ideológicos, levando em consideração a realidade de cada país.
A primeira problematização que se tem quando se trata de um aborto é a descriminalização, afinal estamos falando de uma vida; mas trata-se apenas de uma vida? Pessoas defendem o aborto pensando nas dificuldades, consequências e mudanças na vida da gestante que são consideradas relevantes, outra questão é a situação da criança que está por vir e as condições que quase sempre a mãe tem para oferecer, assim questionam: Um aborto seria pior do que talvez uma escassez de cuidados e educação, um futuro abandono?
Por outro lado, há pessoas que criminalizam o aborto acima de qualquer questionamento ou justificativa, acreditando que é a obrigação da mãe assumir suas responsabilidades e arcar com as consequências. Principalmente por tratar-se de um ser indefeso e sem culpas, a sociedade luta a favor da vida.
O aborto desencadeia uma série de situações a serem analisadas, tanto da mãe, quanto da criança que está por vir. Particularmente, é aceitável quando a mulher é vítima de uma violência sexual e seu trauma resulta na rejeição do filho, afinal estamos tratando de um crime e de um pai criminoso. Outra situação relevante para o aborto é o de anencéfalos (fetos sem cérebro). Fato interessante é que, no julgamento em que esta situação foi legalizada, não foi usado o termo ABORTO, sendo substituído pelo termo “antecipação terapêutica do parto”.
Pessoas fazem campanhas contra o aborto nas redes sociais que camuflam diferentes problemas e situações da individualidade de cada ser. Gerar um filho a qualquer custo também é um problema social sério, pois uma criança sem auxílio e orientação de seus pais/responsáveis estão quase sempre a mercê do mundo do crime, drogas.
            É relevante a questão de “pensar antes de fazer”, mas depois de feito?  A dúvida entre ser posta em perigo com diferentes tipos de remédios ou abortos em fundos de quintais, onde seu corpo e sua consciência não mais serão os mesmos ou dar continuidade a uma gravidez conturbada, indesejada e sem a mínima condição para “colocar um filho no mundo” é sim passível de discussão.

Uma gravidez não planejada em qualquer situação pode ser um choque, já que estamos falando de um filho, uma responsabilidade para a vida toda. Não é fácil, mas existem muitos fatores envolvidos. Pode ser possível quando existe o comprometimento dos que estão envolvidos, mesmo que essa mãe seja uma menina de 15 anos. Afinal, a idade aqui é o que há de menos relevante diante de tantos problemas sociais que esse assunto envolve.

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