Tamara Gonçalves
A
humanização, tão falada nos últimos tempos, tem como sua base um conjunto de
procedimentos que a identifica como a valorização do cuidado ao paciente. Refere-se
ao reconhecimento da pessoa como ser humano, que carrega consigo uma identidade
e uma personalidade, e não como uma doença, a ser tratada e apenas identificada
por uma sequência de números pendurados aos pés da sua cama.
E
como o psicólogo se encaixa nessa prática?
O
papel do de todos os profissionais de saúde se assemelha quando o assunto é a
humanização. Eles devem atender o paciente com uma atenção diferenciada,
sabendo que ali, diante dele, tem uma vida, e que ela tem uma bagagem
sentimental e cultural gigantesca. Mas quando falamos em humanização no
ambiente hospitalar, uma das principais necessidades do paciente é ter alguém
para escuta-lo e cuidar de suas necessidades psicológicas, levando em conta que
o reestabelecimento da saúde mental é imprescindível para a recuperação plena
da saúde.
Na
rotina hospitalar, médicos e enfermeiros acabam deixando de lado esse diálogo
com o paciente, indo até ele apenas para examiná-lo ou medica-lo. O psicólogo
pode amenizar as consequências disso tendo uma postura diferente, conversando
com o paciente, dando espaço para ele se abrir, falar dos seus medos e dúvidas
quanto à doença e a internação, e até mesmo sobre outros assuntos que podem ajuda-lo
a tirar o foco da sua doença e distraí-lo dos inúmeros procedimentos em que é
submetido ao longo do dia.
Essa escuta ao paciente é
uma ferramenta importante para o trabalho, pois ajuda a formar vínculos entre o
doente e o profissional, diminuindo a ansiedade e trazendo segurança a ele. Se
todos os profissionais se conscientizassem e buscassem agir dessa forma,
valorizando o ser humano que está diante deles e respeitando suas
singularidades a rotina hospitalar seria menos estressante a todos os
envolvidos.
Referencias:
CHERNICHARO, Isis de Moraes; FREITAS, Fernanda Duarte da Silva de e FERREIRA, Márcia de Assunção. Representações sociais da humanização do cuidado na concepção de usuários hospitalizados. Saude soc. [online]. 2013, vol.22, n.3
CARVALHO, Denis Barros de; SANTANA, Janaína Macêdo and SANTANA, Vera Macêdo de. Humanização e controle social: o psicólogo como ouvidor hospitalar. Psicol. cienc. prof. [online]. 2009, vol.29, n.1, pp. 172-183
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