Débora Garcia Silva
Se
alguém te perguntasse, hoje, em uma rua da cidade, sobre o que você entende por
empatia, provavelmente você diria coisas como: “saber se colocar no lugar do
outro”, “entender o outro” e etc. São definições simples e fáceis, que nos
ajudam no dia-a-dia, mas, já que vamos discutir sobre o tema, vale esclarecer
melhor esse termo. Vamos lá?!
O
termo empatia vem da palavra alemã “Einfühlung” e foi traduzida pela primeira
vez por um psicólogo chamado Edward Bradford Titchener significando, para ele,
“imitação física da angústia do outro que invocaria em nós os mesmos
sentimentos”. Mas isso ocorreu em 1909, e de lá pra cá essa definição tem sido
modificada por muitos pesquisadores. Para prosseguirmos ficaremos com a
definição de Eliane Falcone (2008), uma importante pesquisadora do tema no
Brasil, que explicou este termo como “capacidade de compreender, de forma
acurada, bem como de compartilhar ou considerar sentimentos, necessidades e
perspectivas de alguém (...)”.
Vivemos
em uma sociedade repleta de violência, sofrimento e injustiças, assistimos a
esses acontecimentos nos noticiários, nos grupos de WhatsApp e nas ruas das
nossas cidades. Como poderíamos expressar essa habilidade se isso implicaria
sentir e perceber o que acontece com os outros como se estivéssemos vivenciando
tais experiências de sofrimento? Deveríamos internalizar todo sofrimento alheio?
A
resposta seria nem oito nem oitenta. Talvez uns quarenta e cinco. Não
precisamos vivenciar todas as experiências de dor as quais temos acesso, mas
também não podemos viver como seres indiferentes às situações dos nossos
semelhantes. Essa habilidade – a empatia - é essencial para que nossas relações
sociais sejam equilibradas.
Também
não podemos esquecer que a empatia motiva comportamentos de altruísmo que
transformam as situações sociais que nos cercam. Cientistas sociais empregam o
termo altruísmo para referir-se a comportamentos que beneficiam o outro. Portanto
a empatia pode ser combustível de mudanças e de responsabilidade social. Mas
vale ressaltar que devemos ter muito cuidado com o que sentimos, para que não
sejamos afetados de maneira negativa, ou seja, para não nos sentirmos como se
fossemos incapazes de mudar uma situação, o que pode nos desmotivar a continuar
olhando através da percepção do outro – com empatia.
Além
de favorecer o altruísmo, existe outra razão para não abandonarmos nossa
habilidade empática. E ela consiste na possibilidade de multiplicar sucessos,
alegrias, e todas as coisas boas que nos cercam. Através da empatia podemos
multiplicar e viver as alegrias das nossas pessoas queridas. A empatia pode ser
aprendida, então todos nós podemos reproduzir em nós os sentimentos bons
podemos encontrar no nosso meio social.
Portanto, para encontrar o seu equilíbrio,
quando sentir empatia por alguma situação de sofrimento que possa mudar, mude-a.
Quando sentir empatia por alguma situação que não possa mudar, retire o peso de
sua consciência. Afinal, o maior benefício da habilidade empática e permitir
uma maior compreensão dos problemas de nossos semelhantes e não atuar sobre
esses problemas. Por tudo isso que vimos, não se esqueça de exercer a sua
empatia para compartilhar dos momentos de felicidade dos seus companheiros,
amigos, familiares e amores ;)
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