sábado, 2 de maio de 2015

Existe espaço na sociedade contemporânea para a empatia?



Débora Garcia Silva


       Se alguém te perguntasse, hoje, em uma rua da cidade, sobre o que você entende por empatia, provavelmente você diria coisas como: “saber se colocar no lugar do outro”, “entender o outro” e etc. São definições simples e fáceis, que nos ajudam no dia-a-dia, mas, já que vamos discutir sobre o tema, vale esclarecer melhor esse termo. Vamos lá?!
                   O termo empatia vem da palavra alemã “Einfühlung” e foi traduzida pela primeira vez por um psicólogo chamado Edward Bradford Titchener significando, para ele, “imitação física da angústia do outro que invocaria em nós os mesmos sentimentos”. Mas isso ocorreu em 1909, e de lá pra cá essa definição tem sido modificada por muitos pesquisadores. Para prosseguirmos ficaremos com a definição de Eliane Falcone (2008), uma importante pesquisadora do tema no Brasil, que explicou este termo como “capacidade de compreender, de forma acurada, bem como de compartilhar ou considerar sentimentos, necessidades e perspectivas de alguém (...)”.
                   Vivemos em uma sociedade repleta de violência, sofrimento e injustiças, assistimos a esses acontecimentos nos noticiários, nos grupos de WhatsApp e nas ruas das nossas cidades. Como poderíamos expressar essa habilidade se isso implicaria sentir e perceber o que acontece com os outros como se estivéssemos vivenciando tais experiências de sofrimento? Deveríamos internalizar todo sofrimento alheio?
                   A resposta seria nem oito nem oitenta. Talvez uns quarenta e cinco. Não precisamos vivenciar todas as experiências de dor as quais temos acesso, mas também não podemos viver como seres indiferentes às situações dos nossos semelhantes. Essa habilidade – a empatia - é essencial para que nossas relações sociais sejam equilibradas.
                   Também não podemos esquecer que a empatia motiva comportamentos de altruísmo que transformam as situações sociais que nos cercam. Cientistas sociais empregam o termo altruísmo para referir-se a comportamentos que beneficiam o outro. Portanto a empatia pode ser combustível de mudanças e de responsabilidade social. Mas vale ressaltar que devemos ter muito cuidado com o que sentimos, para que não sejamos afetados de maneira negativa, ou seja, para não nos sentirmos como se fossemos incapazes de mudar uma situação, o que pode nos desmotivar a continuar olhando através da percepção do outro – com empatia.
                   Além de favorecer o altruísmo, existe outra razão para não abandonarmos nossa habilidade empática. E ela consiste na possibilidade de multiplicar sucessos, alegrias, e todas as coisas boas que nos cercam. Através da empatia podemos multiplicar e viver as alegrias das nossas pessoas queridas. A empatia pode ser aprendida, então todos nós podemos reproduzir em nós os sentimentos bons podemos encontrar no nosso meio social.
 Portanto, para encontrar o seu equilíbrio, quando sentir empatia por alguma situação de sofrimento que possa mudar, mude-a. Quando sentir empatia por alguma situação que não possa mudar, retire o peso de sua consciência. Afinal, o maior benefício da habilidade empática e permitir uma maior compreensão dos problemas de nossos semelhantes e não atuar sobre esses problemas. Por tudo isso que vimos, não se esqueça de exercer a sua empatia para compartilhar dos momentos de felicidade dos seus companheiros, amigos, familiares e amores ;)

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